29 de janeiro – Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais

 

O Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais, comemorado em 29 de janeiro, é um importante momento para uma reflexão sobre a luta pelo respeito à identidade de gênero e contra o preconceito. O dia é celebrado desde 2004, quando o Ministério da Saúde e entidades da sociedade civil lançaram a campanha “Travesti e Respeito.

A temática é tratada no Conselho Regional de Psicologia 9ª Região Goiás (CRP-09) pela Comissão Especial de Direitos Humanos. Para o presidente da Comissão, Mayk da Glória, o papel da Psicologia é, sem dúvida, a garantia desses direitos. “É uma luta constante e diária para que as nossas ações, enquanto psicólogas e psicólogos, estejam corroboradas pelos direitos humanos e pelas técnicas cientificamente comprovadas e, para além de tudo, pela própria humanização das ciências psicológicas”, afirma.

Outro ponto abordado por Mayk é a luta pela despatologização de identidades de travestis e transexuais. Para ele, essas identidades são apenas uma parte do sujeito e não há causas patológicas comprovadas para o surgimento das identidades trans. “A Psicologia também tem um papel importante na discussão dessa temática junto à sociedade, na sensibilização para o respeito ao que é colocado ainda por alguns setores como o diferente, o anormal, o incomum e, até mesmo, como o patológico”, explica.

A presidenta do Conselho Estadual de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Estado de Goiás (LGBTT), Elaine Gonzaga, reforça a opinião do psicólogo e diz que é muito importante que aconteça esse processo de despatologização. “A sua identidade de gênero não é doença e também não é uma escolha”, destaca.

Readequação

Segundo Elaine, no Brasil, apenas quatro hospitais fazem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a cirurgia de readequação sexual, entre eles o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. Porém, ainda de acordo com ela, o projeto que já foi referência não está recebendo a inscrição de novas pessoas que pretendem fazer a cirurgia. “Não há interesse dos profissionais da saúde em se especializar nessa área e as universidades também não têm linhas de estudos que poderiam formar esses profissionais. Esse é um problema nacional”, aponta.

A militante LGBTT, Rafaela Damasceno, que é transexual mulher, explica que há filas de espera no Brasil que ultrapassam cem anos. “Não há como uma pessoa esperar esse tempo. O SUS não consegue atender a demanda. Estamos tentando avançar com parcerias em âmbito estadual em Goiás”, informa.

O último Relatório de Violência Homofóbica publicado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República mostra que grupos de travestis e transexuais ainda são os mais suscetíveis à violência, que se expressa através de injúrias, agressões físicas e psicológicas e assassinatos. De acordo com a Rafaela, o acompanhamento psicológico com transexuais, que dura em média dois anos, deveria acontecer por mais tempo. “A sociedade é muito cruel, por isso a pessoa muitas vezes não está preparada e precisa se reestruturar para conviver na sociedade”, ressalta.

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