Novembro Azul desperta o homem para o autocuidado e tem psicologia como aliada indispensável

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Todos os anos, o câncer de próstata leva a óbito cerca de 15 mil homens cisgêneros, mulheres transexuais, travestis e pessoas não-binárias no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A campanha Novembro Azul reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença, que é a segunda neoplasia maligna que mais afeta pessoas com próstata, atrás apenas do câncer de pulmão. O INCA estima que, somente em 2020, a doença tenha atingido 65 mil brasileiros. Entre os sintomas, estão dores ósseas, fraturas, dificuldade para caminhar, dificuldade para urinar e sangramento urinário.

O diagnóstico precoce pode contribuir para aumentar as chances de cura e diminuir o risco de sequelas graves da doença, mas esbarra no comportamento cultural predominante entre a população masculina, geralmente pouco atenta ao cuidado com a saúde física e mental. A psicóloga Edirlene Fernandes Alves (CRP 09/04967), profissional do Setor de Psicologia do Hospital Araújo Jorge, ressalta a importância da psicologia no despertar do homem para o autocuidado e a necessidade de prevenção.

“O homem tem a questão do machismo muito presente. Ele é criado pensando que precisa ter uma virilidade muito latente, e isso traz uma carga bastante pesada para a maioria dos homens. Há a ideia de que homem não chora, não pode ter medo, e que precisa ser forte o tempo inteiro. Com isso, o homem acaba não parando para olhar para si mesmo e desenvolver esse autocuidado, que é tão importante não apenas com a saúde física, mas também com a saúde mental e emocional. A psicologia tem uma atuação fundamental na parte de orientação e de desmistificação de crenças errôneas, que podem impedir o homem de buscar ajuda, seja por medo, vergonha, receio ou desinformação”, destaca Edirlene.

Além disso, o acompanhamento psicológico também desempenha um papel fundamental entre os homens que já receberam o diagnóstico da doença. Segundo Edirlene, é muito comum que os pacientes queiram desistir do tratamento ou não acreditem na possibilidade de cura. A equipe de psicologia hospitalar que realiza o acompanhamento também realiza uma atuação educativa, elucidando quais são os objetivos do tratamento, seja ele quimioterápico, radioterápico ou cirúrgico, e quais são as chances de cura. Com isso, a psicóloga afirma que há uma maior adesão ao tratamento.

“A intervenção psicoeducativa consegue ampliar o olhar de muitos pacientes, que acabam optando por aderir ao tratamento. Percebemos que muitos homens têm medo de expor suas fragilidades, inseguranças e incertezas diante de um diagnóstico desses, principalmente no primeiro atendimento. No entanto, o acolhimento psicológico faz com que ele consiga se expressar, chorar, compartilhar seus receios e pedir ajuda. O tratamento pode gerar muitos comprometimentos físicos e emocionais, diante de possíveis sequelas que podem ocorrer, e por isso o acompanhamento psicológico é feito durante todo o processo, desde o recebimento do diagnóstico até o pós-operatório”, explica Edirlene.

É importante ressaltar que mulheres transexuais, travestis, pessoas não-binárias e demais pessoas com próstata também devem realizar o acompanhamento preventivo. A campanha Novembro Azul chama ainda a atenção para outros tipos de câncer que podem acometer os homens e que dependem do diagnóstico precoce para que as chances de cura sejam aumentadas, como o câncer de pênis e o câncer de reto. O movimento é destinado principalmente a pessoas a partir dos 45 anos, mas ressalta que o autocuidado e a realização periódica de exames, além da adoção de hábitos saudáveis de vida, devem ser abraçados por homens de todas as faixas etárias.

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