Dia Internacional das Pessoas com Deficiência convida sociedade a refletir e mudar atitudes

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Desde 1992, a Organização das Nações Unidas promove o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência no dia 3 de dezembro. A data convida a sociedade a refletir e a compreender as questões que fazem parte da realidade de pessoas com deficiência. Além disso, é também uma forma de reforçar a importância da união na defesa dos direitos, da dignidade e do bem estar de todas as pessoas com deficiência.

A psicóloga Ana Carolina Marques Marega (CRP 09/9972), colaboradora voluntária da Comissão Especial de Direitos Humanos do CRP09, acredita que, apesar de todos os desafios enfrentados diariamente pelas pessoas com deficiência, há algumas conquistas e avanços a se comemorar nesta data. A psicóloga ressalta principalmente a grande quantidade de estudos e informação existentes atualmente, além da possibilidade de compartilhar todo este conhecimento por meio da internet e das redes sociais.

“Nós temos algumas conquistas a comemorar, principalmente em relação à produção de conhecimento. Hoje compreendemos a experiência da pessoa com deficiência não apenas de forma isolada, mas em uma abordagem transdisciplinar, que também engloba questões de gênero, raça e classe social, entre outras. Para entender este sujeito, não separamos uma categoria da outra. A quantidade de informações disponíveis hoje em dia na internet é muito expressiva. Antes, a compreensão sobre a perspectiva para as pessoas com deficiência visual, por exemplo, era restrita ao tato. Com o tempo, adquirimos novos conhecimentos e essa compreensão foi sendo ampliada. Podemos também descrever o ambiente, e a partir daí passamos a ter a audiodescrição e a autodescrição como recursos”, exemplifica a psicóloga, que é uma pessoa com deficiência.

Ana Carolina ressalta que, apesar dos avanços, ainda há um grande desafio pela frente: fazer com que a informação chegue até as pessoas. Por isso, a psicóloga destaca a importância de que a conscientização seja feita em todas as esferas da sociedade, com crianças e adultos. O acesso ao conhecimento é a principal forma de promover a inclusão e também eliminar o capacitismo, que é o preconceito direcionado às pessoas com deficiências.

“As pessoas com deficiência abrangem muitas particularidades. Não se refere apenas às pessoas com deficiência física, mas também às pessoas com deficiências sensoriais e deficiências intelectuais. O preconceito ainda é muito grande porque nem sempre o conhecimento chega a todo mundo. É preciso que a sociedade entenda de que forma os recursos de inclusão podem agregar benefícios para todas as pessoas que possuem deficiência, e também para as que não possuem”, analisa Ana Carolina.

A psicóloga também chama a atenção para a necessidade de uma mudança de atitude da sociedade. Para além das transformações de mobilidade e adequação dos espaços físicos nas grandes cidades, a inclusão depende também de uma modificação na forma como as pessoas com deficiência são enxergadas e tratadas.

“A demanda mais urgente é uma inclusão atitudinal. É uma mudança que diz respeito à forma como as pessoas olham para essas questões e lidam com isso. Essa transformação passa, por exemplo, pela forma como o mercado de trabalho trata as pessoas com deficiência, que também possuem inúmeras potencialidades e capacidades de desenvolvimento. A mudança no olhar faz com que nós não sejamos vistos de acordo com nossas limitações, mas sim a partir de nossas conquistas”, afirma a psicóloga.

Em relação à Psicologia, Ana Carolina destaca que ainda há muito espaço para evolução e aperfeiçoamento, principalmente em relação à preparação de profissionais para as diferentes realidades. Além disso, também é importante desenvolver métodos de avaliação que possam garantir fidedignidade no acompanhamento de pacientes com especificidades e particularidades.

“No contexto clínico da Psicologia, precisamos nos questionar se profissionais desta área têm se preparado para absorver essas demandas. Há o estudo da Língua Brasileira de Sinais (Libras)? Conhecem o recurso da audiodescrição e da autodescrição? Estão atentos e acompanham outras realidades? O desafio é sempre se atualizar, ter contato com outras realidades e aperfeiçoar a comunicação com as pessoas. É um aprendizado constante, para que a psicóloga ou o psicólogo consigam colocar um olhar mais amplo e social sobre o sujeito. Também é importante levar esse olhar mais amplo para outras áreas da Psicologia, como hospitalar, escolar e organizacional. A psicóloga e o psicólogo devem se preparar para uma atuação inclusiva nesses contextos. A psicologia organizacional, por exemplo, deve apostar cada vez mais na diversidade e na inclusão no momento de recrutar pessoas. A preparação da psicóloga e do psicólogo organizacional faz toda a diferença neste momento”, destaca Ana Carolina.

O Conselho Federal de Psicologia, o CRP09 e os demais órgãos do Sistema Conselhos vêm promovendo ações e desenvolvendo discussões para orientar profissionais em relação à atuação junto a pessoas com deficiência. Todas essas ações estão pautadas pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, documento elaborado pela ONU a partir da união e colaboração de pessoas com deficiência de diferentes países do mundo. Este documento é reconhecido no Brasil por meio de Decreto Presidencial nº 6.949/2009 e foi utilizado para o embasamento da Lei nº 13.146/2015, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão (LBI), que tem o objetivo de garantir a plena participação social das pessoas com deficiências.

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